No dia em que é comemorado o Dia Mundial da Água não poderíamos deixar de destacar a importância deste recurso natural que é o núcleo principal da geração de energia elétrica no país.
O Dia Mundial da Água, comemorado no dia 22 de março, foi criado pela Organização das Nações Unidas em 1992. Neste dia, a instituição destacou pontos agravantes sobre o desperdício deste recurso natural, além da contaminação de mananciais e a falta de acesso à água potável por parte da população.
A geração de energia elétrica acontece a partir de fontes renováveis e não renováveis. As fontes não renováveis são os combustíveis fósseis (petróleo, carvão mineral, gás natural, entre outros) e os combustíveis nucleares. A energia renovável engloba a hídrica, solar, eólica, biomassa, geotérmica, oceânica e hidrogênio. Entretanto, as fontes não renováveis devem se extinguir em breve do meio ambiente, por isso a importância de investir em energias renováveis.
A geração de energia hidrelétrica tem como recurso fundamental a água. Os rios são essenciais na geração de energia que ocorre com a construção de usinas hidrelétricas em determinados trechos de seu curso. Entretanto, as características dos rios devem ser propícias para abrigar as usinas, como o tipo de desnível, fator crucial para a implantação de quedas artificiais.
História da geração de energia elétrica por meio de usinas hidrelétricas
As Usinas Hidrelétricas surgiram no final do século XIX e tinham como característica o fornecimento de energia para pequenas propriedades rurais.
O inventor Lord Armstrong, em 1878, foi o primeiro proprietário a ter sua casa alimentada por uma usina. Um tempo depois, em Michigan, Charles F. Brush criou o gerador elétrico, que conectado a uma turbina de água gerou energia para teatros e fachadas de lojas.
Nos Estados Unidos, em Wisconsin, surgiu a primeira Usina Hidrelétrica. O ano era 1882 e o proprietário de moinhos de papel resolveu ligar uma turbina de água a um gerador de energia. Com isto, ele produziu cerca de 12,5 quilowatts de eletricidade, o suficiente para abastecer seus dois moinhos, além de sua residência.
A partir disso, a expansão das usinas foi cada vez maior, mas foi após a Segunda Guerra Mundial, com o crescimento das indústrias, que houve de fato o incremento das hidrelétricas. Rios, cachoeiras e corredeiras passaram a serem utilizadas para a geração de energia elétrica.
É claro que as primeiras usinas hidrelétricas possuíam capacidade limitada de produção e distribuição. No início elas forneciam energia para um raio de 2,6 km², já que a energia era transmitida em forma de corrente direta. Quando a corrente alternada surgiu, a eletricidade poderia percorrer longas distâncias. Assim, houve a união de pequenas usinas em um sistema de distribuição único, capaz de aumentar o seu abastecimento para mais localidades.
Os avanços tecnológicos garantem atualmente que as usinas e os sistemas de transmissão de energia produzam cada vez mais e com um alcance de que pode chegar a cobrir um país inteiro.
No Brasil
A história da produção de energia elétrica a partir de usinas hidrelétricas no Brasil inicia na metade do século XX. Em 1889, em Minas Gerais, na cidade de Juiz de Fora, foi construída a primeira hidrelétrica brasileira. A Usina de Marmelos é conhecida também como a primeira da América do Sul e deixou de gerar energia para o Sistema Interligado Nacional (SIN) em abril de 2020.
Segundo dados da Agência Nacional de Águas, no ano de 2018, o Brasil possuía 221 Usinas Hidrelétricas (UHE), 430 Pequenas Centrais Hidrelétricas (PCHs) e 688 Centrais Geradoras Hidrelétricas (CGHs), totalizando 1.339 empreendimentos hidrelétricos em funcionamento. Dados deste mesmo ano mostram que a capacidade de produção de energia elétrica instalada no país teve um acréscimo total ao sistema de 3.798,75 MW oriundos da geração hidrelétrica.
O Brasil possui 12% da água doce do planeta e é o país mais rico neste recurso natural. Por isso, neste Dia Mundial da Água o país deve fortalecer ainda mais o compromisso com o seu uso sustentável e com a gestão dos recursos hídricos.
Dia Mundial da Água
O Dia Mundial da Água foi criado em 1992 pela ONU – Organização das Nações Unidas -, com o objetivo de ampliar a discussão da importância da água para a sobrevivência do planeta e sua consequente preservação.
A ONU também estabeleceu no dia 22 de março de 1992 a Declaração Universal dos Direitos da Água. O documento apresenta pontos importantes para a preservação deste recurso hídrico, uma vez que a Organização já identificava o desperdício, a contaminação de mananciais e a falta de acesso à água. Confira:
- 1- A água faz parte do patrimônio do planeta;
- 2 – A água é a seiva do nosso planeta;
- 3 – Os recursos naturais de transformação da água em água potável são lentos, frágeis e muito limitados;
- 4 – O equilíbrio e o futuro de nosso planeta dependem da preservação da água e de seus ciclos;
- 5 – A água não é somente herança de nossos predecessores; ela é, sobretudo, um empréstimo aos nossos sucessores;
- 6 – A água não é uma doação gratuita da natureza; ela tem um valor econômico: precisa-se saber que ela é, algumas vezes, rara e dispendiosa e que pode muito bem escassear em qualquer região do mundo;
- 7 – A água não deve ser desperdiçada, nem poluída, nem envenenada;
- 8 – A utilização da água implica respeito à lei;
- 9 – A gestão da água impõe um equilíbrio entre os imperativos de sua proteção e as necessidades de ordem econômica, sanitária e social;
- 10 – O planejamento da gestão da água deve levar em conta a solidariedade e o consenso em razão de sua distribuição desigual sobre a Terra.